Numa fotografia postada no Facebook com alguns famosos apoiantes da causa Homossexual e sexualidades alternativas (LGBT), aparece, infelizmente para eles, o Padrão dos Descobrimentos.
Alguém comentava que estava ali a mais. Muitos mais comentários se seguiram contra o Padrão. Na fotografia ou na cidade? Esta gente contestatária (ou já suficientemente integrada pela fase comercial do capitalismo?), cujos motivos prezo por uma questão básica do direito à diferença na realização da sua vida, ainda não aprendeu com os erros e crimes do passado.
Quando os protestantes se emancipavam da tutela do Papa decidiram livrar as igrejas dos símbolos católicos. Foi uma catástrofe cultural e artística.
Claro que agora seria difícil fazem o mesmo. Mas é preciso lembrar-lhe a ideia, também básica, mas geralmente esquecida, de que não somos só nos, ou eles, que existimos, no passado, no presente e no futuro, e que a História é, por assim dizer, a nossa mãe, a nossa pátria.
Não sejam iconoclastas! O Padrão dos Descobrimentos por causa do colonialismo, o Panteão de Roma por causa da escravatura, o Convento de Mafra por causa do Absolutismo, o Palácio da Pena por causa do romantismo real indiferente à pobreza do povo, o Palácio de Versailles por causa da ostentação dos reis, Os Lusíadas por causa da glorificação dos colonizadores, A Divina Comédia por causa dos muçulmanos e dos judeus, o Mosteiro de Alcobaça por causa da alienação religiosa, O Coliseu de Roma por causa dos cristãos atirados aos leões, a arena do Campo Pequeno por causa dos touros atirados aos cristãos, o Centro Cultural de Belém por causa de Cavaco Silva, o Pavilhão de Portugal por causa do nacionalismo, etc. Depois ficaríamos com quê?